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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Rascunho...

Sempre gostei de fazer rascunhos... de um tudo na vida, eu sempre fiz rascunhos, e passo o restante dos dias passando à limpo. Fazer o quê? Sou assim... E o que é a vida, senão um rascunho, se mudamos constantemente....
Circunstâncias:
nº 1- Não bêbada (hã hã... ninguém se defende daquilo que não é acusado...)
nº2 - O rascunho é do meu "discurso" de aniversário, porquê aí sim vou estar bêbada e não vou me lembrar de tudo o que quero falar aos meus amado seres-humanos-companheirosdejoranada-amigosanjos;
Vamos aos fatos:
(Cena 1: O maldito primeiro pedaço do bolo...)
Acho isso grotesco: se comprei um bolo inteiro, paguei um churrasco (ou ainda vou pagar, mas isto é problema meu!) e reuni todos aqui, é porquê amo à todos e não quero escolhe um... Acho primeiro
pedaço um saco... mas adoro o discurso... então vamos à ele...
(cena 2: Eu, com tooodas aquelas Brhamas na cabeça, lendo tudo isso, tentando não enrolar a língua)
De tudo que tem aqui, existe um pouco de mim.
Não quero escolher, e nem preciso.
São pessoas que conquistei e, por mérito meu, mereço que estejam aqui.
Lembro sempre de cada face, de cada gesto, de cada fase...
Essa festa só existe porquê eu existo e vocês também...
Sem vocês eu existiria, mas talvez não me amasse tanto... A maior parte do que realmente sou, é resultado da influência de vocês na minha vida.
Não existe só um que tenha menos importância que o outro.
Não é hoje que vou dizer que os amo, porque isso faço sempre que quero.
Num olhar, numa ligação às duas da manhã, num abraço e muitas, muitas vezes dizendo sem mais belongas: "eu te amo".
Não preciso dizer um a um, pois agora, lendo essas palavras, vocês já sabem que o meu amor está fluindo.
Outra coisa repetitiva que falo sempre é "obrigada".
Um amigo me disse em outro tempo da minha vida, uma coisa que guardo sempre. Na época não entendia... hoje compreendo: "Primeiro Deus, depois Eu, depois os Meus, depois os outros"... O amigo passou, o amor ficou (porquê amor é assim: fica, mudado, direcionado, mais fica...). Hoje posso entender o que ele queira dizer...
Obrigada Deus...
Hoje consigo ser "Eu"
Pelos "Meus" que estão sempre comigo e eu com eles..
E os outros que se acheguem, e se merecem ficarão.
Isso, por enquanto não tem fim, pois é somente um rascunho, como
a vida...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Podia ser... mais não foi.


Podia ter sido alguém comum, mas não foi.
Entre tantos outros, alguém que o pai achava que veio pra servidão: para servir de apôio pra quem tem talento.... mas não foi.
Foi além...
E eu tô esgotada, e não consigo sequer escrever sobre o assunto...
Pra mim valeu...
Vivo cada vez mais como uma fã de ídolos mortos:
Raul, Janis, Elvis, Clara, Elis, Lucimara... (são tantos...)
Essa tristeza já conheço, mas não gosto, do gosto de lembrá-la...
É só tristeza... Não preciso explicar... É só tristeza mesmo.
Obrigada ídolo-amigo...
Pelas alegrias, por criar tanta coisa pra mim, por me trazer momentos tão felizes...
Você usou seu dom, apesar das tristezas....
Espero conseguir fazer o mesmo...
Só espero conseguir ser mais feliz do que você foi...
Em paz...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

É festa!!!

Hoje é aniversário de Tia Jô!!!!!!!!
Não, ela não sabe que este blog existe... Talvez saiba amanhã depois da oitava latinha de Brahma...
Mas se tem uma coisa que eu gosto em mim e não trocaria por ninguém é essas coisas amigas que tenho. Nos conhecemos desde a Era do Gelo e nos amamos hoje do mesmo jeito de quando o amor não existia ainda.
Ela é tão, tão, tão...
Tão inteligente; tão amiga; tão decidida; tão amorosa; tão autoritária; tão arrogante; tão teimosa; tão meiga; tão leal...
Enfim... tão humana e tão minha amiga... Óh, Vida: Obrigada! Não é por acaso que é minha amiga e eu a amo tanto...
Felicidades Tia Jô Querida!!!!
Inté mais no nosso almocinho regado à cervejotas, papinhos, risadas e alegrias.
Te amo!!!
E quando amo, amo árvore e frutos!!!
Beijos e inté!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Voltando...

Ibernei, ou melhor, ibernando...
Depois das férias, o retorno ao trabalho e um chute na bunda. Tá bom vai : já não tava felicíssima no trabalho antigo. Na realidade acho que nunca me adaptei à ele. Gente legal, empresa legal, mas o tempo todo me sentia um peixe fora d'àgua. Acho que é porquê gostava muito do trampo anterior, me sentia mais competente nele, com mais liberdade. Mas foi, e o que foi, foi. Saí limpa, com consciência tranquila.
Ibernando consegui virar uma loba-gostosa-porém-gorda...
Comecei fazer academia, voltei pra terapia e começo um regimão amanhã. É bom deixar claro aqui, que regimão inclui cervejotas no final de semana. Não dá pra fazer regime sem cervejas. Gosto, logo tomo. Mas hei de emagrecer sem perder a embriaguez jamais!!!
Firme e forte.
Tô namorandinho (mais que ficar, menos que namoro), mas Lobinho também é gordo, então tá tudo em casa.
Não escrevi nada antes, porque não tava a fins, e como sei que ninguém que conheço pessoalmente passa por aqui, não fico com a consciência pesada.
Sexta-feira amiga Roberta vem pra São Paulo e tem chop na Vila Madalena, tô explodindo de ansiedade. É uma experiência completamente nova pra mim: conhecer alguém que se parece muito comigo e minhas queridas amigas, acompanhar seu dia-a-dia e só agora me mostrar, dizer quem sou... Vai ser muuuuiiiiito bom.
Bom, a vida continua e, mesmo sendo inverno tenho que sair da caverna porque meu seguro-desemprego não vai até a primavera não.
Beijos e Inté.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Férias...

Ah... O lazer....
Desligar-se do dia-a-dia comum, rotineiro, normal...
No começo das férias é meio estranho: estamos extressados, cansados, e meio que nos impomos a obrigação de nos divertir, visto que o intervalo tem tempo determinado pra acabar... Depois a coisa flui. Relaxados, é mais fácil descansar e nos divertir.
Fiquei em casa à toa, acordei tarde, assisti novelinha da tarde do Manuel Carlos, me diverti.
Fui à praia, fiquei sozinha com a mar, fiz bagunça com o povo, me diverti.
Visitei amigos, matei saudades, dei muitas risadas, recordei, me diverti.
Tive uma sessão de chop-papo-sexo gostoso a com AMIGOANJINHO (pena que foi só uma), me diverti.
Tomei muitas cervejotas em dia de semana, podendo curtir minha ressaca numa boa no outro dia, me diverti.
E ainda tem mais uma semana... Ah...que vida boa...
E depois de tudo isso, a volta ao trabalho: pessoas que conheço, com quem aprendi a dividir o dia-a-dia. Dividimos trabalho, risadas, iras, mal-humor, decepção, choradeira... enfim, vai ser divertido voltar também... Mas só daqui uma semana, hoje não. Hoje quero mais é relaxar...
Beijos, e inté.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sobre lobas e borboletas

Quando um relacionamento chega ao fim, e a parte que sai estragada (sempre tem uma!!!), é a gente, tudo o que almejamos é um dia ficar como me sinto neste momento : vazia de amor. Não do amor que nos acompanha pra sempre, desde sempre (família, amigos, etc...). Mas do amor que a gente ofertava no relacionamento que acabou. Vazio da "nossa parte do bolo".
A mais recente paixão que tive (agora ex-paixão e curadíssima), começou quando estava assim. Não queria me envolver seriamente com ninguém, não queria me apaixonar, estava vazia deste tipo de amor, e queria continuar assim... Mas, como transar é bom e eu gosto, uma hora me enrolei...
Tudo começou planejadinho: homem feio, chato e casado (essa parte só descobri depois...). Tudo caminhava bem: a mulher dele morava no interior e ele aqui. Ele ficava por aqui durante a semana e viajava no sábado. A semana era minha, o resto não precisava. Aquele ser grandão alí, todo apaixonado, me cobrindo de atenções e eu feliz da vida com o meu não amor.
Vida que segue, o jogo virou. O sexo que não era tão bom no começo, com a intimidade ficou óóóóóteeemo. Ríamos de tudo e todos. Com a convivência, comecei a notar o senso de humor maravilhoso (e eu adoro isso nas pessoas), a inteligência, a maneira como ficava à vontade na sua presença, o nosso mal-humor (cômico), então veio a sentença: paixonite aguda.
Mas, como uma mulher pode até não notar uma pulada de cerca, mas com certeza vai notar uma paixão nos olhos do companheiro, o sonho acabou. Fizeram festinha para comemorar aniversário de casamento, aliança nova no dedo e selaram com a mudança dela do inteior pra cá. Aí não dava mais!!!!! Papel de amante-comum-com-medo-da-esposa? Não, obrigada. Terminamos da forma mais suave possível, do tipo acabou-foi-bom-vida-que-segue. Sofri um pouquinho pra dizer que tinha valido a pena e arquivei o caso.
Agora que estou com o coraçãozinho livre de novo, estou a-do-ran-do. Estou fazendo planos, traçando objetivos e cuidando mais de mim.
Sei que essas coisas de amor não acontecem em horas planejadas, que chegam sem avisar e que quando estamos bem, atraímos bons sentimentos. Igual a estória das borboletas e do jardim.
Não que seja receita de bolo, mas exitem coisas na vida que seguem uma lógica. O segredo é não se preocupar com isso, mas de verdade. A coisa fica tão natural, que ficar sozinha traz prazer, felicidade. Abre um leque de oportunidades pra fazermos um monte de coisas. É bom não ter compromisso e não precisar dar satisfações para : sair com amigas e beber demaaais; ficar horas no computador sem ter ninguém te esperando; marcar compromissos e só consultar a sua agenda; beijar quem der vontade (e tiver vontade de te beijar); simplesmente ficar sozinha quanto der na telha; assistir filme de amorzinho bonitinho e choraaaar; dormir, dormir e dormir.
Já que tudo na vida tem seu lado bom, estou curtindo horrores o lado bom de não ter compromisso. Quando a borboleta chegar, vai me pegar completa e feliz.
O sexo? Pra isso tenho um Anjo (sexuado). E acho que estamos na mesma fase do não compromisso: saímos, rimos, bebemos e transamos. Nada de ligações (ou espera delas) no dia seguinte, nada de cobrança, sem querer saber com quem cada um sai ou deixa de sair. Nada de planos conjuntos. Apenas diversão.
Aih, aih... como é boa a vida de loba...

P.S.: Qualquer semelhança com as expressões lidas nos blogs
HTP e OMEE
, não será mera coincidência. Adoro as meninas e leio diariamente os blogs, portanto,naturalmente incorporei algumas “expressões” no meu aureliozinho interior.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A mulher Selvagem (Ricardo Kelmer)

A mulher selvagem

Ela anda enjaulada, é verdade. Mas continua viva na alma das mulheres.

Sua beleza é arisca, arredia aos modismos. Ela encanta por um não-sei-quê indefinível… mas que também agride o olhar. É um tipo raro e não tem habitat definido: vive em Catmandu, mora no prédio ao lado ou se mudou ontem para Barroquinha. E não deixou o endereço. É ela, a mulher selvagem.

Em quase tudo ela é uma mulher comum: pega metrô lotado, aproveita as promoções, bota o lixo para fora e tem dia que desiste de sair porque se acha um trapo. Porém em tudo que faz exala um frescor de liberdade. E também dá arrepios: você tem a impressão que viu uma loba na espreita. Você se assusta, olha de novo… e quem está ali é a mulher doce e simpática, ajeitando dengosa o cabelo, quase uma menininha. Mas por um segundo você viu a loba, viu sim. É a mulher selvagem.

A sociedade tenta mas não pode domesticá-la, ela se esquiva das regras. Quando você pensa que capturou, escapole feito água entre os dedos. Quando pensa que finalmente a conhece, ela surpreende outra vez. Tem a alma livre e só se submete quando quer. Por isso escolhe seus parceiros entre os que cultuam a liberdade. E como os reconhece? Como toda loba, pelo cheiro, por isso é bom não abusar de perfumes. Seu movimento tem graça, o olhar destila uma sensualidade natural… mas, cuidado, não vá passando a mão. Ela é um bicho, não esqueça. Gosta de afago mas também arranha.

Repare que há sempre uma mecha teimosa de cabelo: é o espírito selvagem que sopra em sua alma a refrescante sensação de estar unida à Terra. É daí que vem sua força e beleza. E sua sabedoria instintiva. Sim, ela é sábia pois está em harmonia com os ritmos da Natureza. Por isso conhece a si mesma, sabe dos seus ciclos de crescimento e não sabota a própria felicidade. Como todo bicho ela respeita seu corpo mas nem sempre resiste às guloseimas. Riponga do mato, gabriela brejeira? Não necessariamente, a maioria vive na cidade. E há dias paquera aquele pretinho básico da vitrine. E adora dançar em noite de lua. Ah, então é uma bruxa… Talvez, ela não liga para rótulos. Sabe que a imensidão do ser não cabe nas definições.

Mulheres gostam de fazer mistério. Ela não, ela é o mistério. Por uma razão simples: a mulher selvagem sabe que a vida é uma coisa assombrosa e perfeita e viver é o mais sagrado dos rituais. Ela sente as estações e se movimenta com os ventos, rindo da chuva e chorando com os rios que morrem. Coleciona pedrinhas, fala com plantas e de uma hora para outra quer ficar só, não insista. Não, ela não é uma esotérica deslumbrada mas vive se deslumbrando: com as heroínas dos filmes, aquela livraria nova, um presente inesperado… Ela se apaixona, sonha acordada e tem insônia por amor. As injustiças do mundo a angustiam mas ela respira fundo e renova sua fé na humanidade. Luta todos os dias por seus sonhos, adormece em meio a perguntas sem respostas e desperta com o sussurro das manhãs em seu ouvido, mais um dia perfeito para celebrar o imenso mistério de estar vivo.

Ela equilibra em si cultura e natureza, movendo-se bela e poética entre os dois extremos da humana condição. Ela é rara, sim, mas não é uma aberração, um desvio evolutivo. Pelo contrário: ela é a mais arquetípica e genuína expressão da feminilidade, a eterna celebração do sagrado feminino. Ela está aí nas ruas, todos os dias. A mulher selvagem ainda sobrevive em todas as mulheres mas a maioria tem medo e a mantém enjaulada. Ela é o que todas as mulheres são, sempre foram, mas a grande maioria esqueceu.

Felizmente algumas lembraram. Foram incompreendidas, sim, mas lamberam suas feridas e encontraram o caminho de volta à sua própria natureza. Esta crônica é uma homenagem a ela, a mulher selvagem, o tipo que fascina os homens que não têm medo do feminino. Eles ficam um pouco nervosos, é verdade, quando de repente se vêem frente a frente com um espécime desses. Por isso é que às vezes sobem correndo na primeira árvore. Mas é normal. Depois eles descem, se aproximam desconfiados, trocam os cheiros e aí… Bem, aí a Natureza sabe o que faz...

Ricardo Kelmer:

Escritor, roteirista e letrista musical. Uns livros publicados, umas músicas gravadas, um seriado de humor na RedeTV. Escreve para jornais e revistas. Coordena a Oficina On-Line de Roteiro de Sitcom. Faz palestras. Mora em São Paulo-SP.